segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Em tempos de economia instável o segredo da boa gestão está nos detalhes - Elizete Schazmann

Depois de definidas as eleições presidenciais, os empresários brasileiros se preparam para 2015 com muita incerteza. Agora a expectativa maior fica por conta  da definição da nova equipe econômica do governo reeleito para se saber exatamente que rumos a economia nacional vai tomar. Uma coisa é certa, em tempos de mar revolto é fundamental navegar com cuidado.

Para o Primeiro Coordenador Geral do Pensamento Nacional das Bases Empresariais,  Mário Ernesto Humberg, o novo governo recebeu um recado claro das urnas com uma aprovação apertada. “Vimos um Brasil dividido entre os que acreditam nos investimentos da iniciativa privada e os que acreditam na presença do Estado para suprir carências sociais. São dois pontos de vista sobre a atuação do Estado e, cabe à presidente reeleita fazer a mediação entre ambos e reconquistar a confiança dos investidores.”

Humberg avalia que 2014 tem sido um ano de restrições orçamentárias que devem se transferir para 2015, com um quadro preocupante que inclui a inflação que não está sob controle, juros altos, balança comercial negativa  e dólar em alta. Com base neste quadro, ele prevê que 2015 será mais difícil, economicamente, do que 2014 e que é fundamental que o governo trabalhe para gerar um clima mais positivo entre o poder público e os empresários. Humberg considera o ano de 2015 como um período de ajustes gerais, com novos parlamentares, governadores e um governo, embora reeleito, que passa a contar com novos membros. “Diante deste quadro, é fundamental que a Presidência da República coordene o debate que pode levar o país a caminhos melhores.” 

Com relação à área empresarial, ele recomenda que os empresários sejam o mais conservadores possível, evitando correr riscos e considera que o ano será  bom para quem  tem recursos disponíveis. Humberg conclui que 2015 será fundamental para consolidar a economia de 2016 que, dependendo dos  rumos econômicos tomados no próximo ano, pode trazer perspectivas mais animadoras. 

Investimentos: retrair ou aproveitar a oportunidade?

Em uma situação como essa, os mercados internos e externos começam a ficar apreensivos, dúvidas sobre como se preparar para uma crise ou organizar os investimentos podem surgir para empresários de todos os portes. Para o diretor da Magnus Consultoria, Magnus Wolfram, cortar todos os investimentos não é o melhor caminho num momento como esse. “É importante que a empresa se mantenha flexível em sua estrutura para poder se adaptar ao mercado, não em sua essência, mas sim, na forma de atuação”, afirma.

Para Wolfram, pequenas e médias empresas podem seguir os passos de grandes corporações e fazer análises de suas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças (a chamada análise SWOT), para assim identificar onde a empresa está vulnerável e preparar um plano de ação para amenizar o problema numa possível baixa do mercado. “Quando a empresa tem problemas, tanto de gestão quanto mercadológicas, ela se torna refém da volatilidade do mercado. As empresas desorganizadas sempre são as mais afetadas, independentemente da área de atuação”, ressalta.

De acordo com o especialista, por falta de informações confiáveis muitas empresas acabam cortando todos os investimentos num cenário de economia desfavorável, enquanto poderiam garantir o desenvolvimento. “É preciso manter os objetivos fixados e não se dispersar com boatos. O medo do desconhecido pode acarretar em decisões e investimentos errôneos. As organizações podem passar por momentos que precisam investir para garantir o desenvolvimento da empresa, e ter resultados negativos, algumas vezes, é investimento e não retrocesso.” sinaliza Wolfram.

Durante um período de crise ou recessão, criatividade é um ponto ainda mais importante para as empresas que buscam a diferenciação. “Os clientes também estarão inseguros e se destaca a empresa que consegue manter um bom relacionamento e a confiança do cliente. Equilíbrio mental, emocional e econômico são de extrema importância para os gestores que precisam manter a cautela e avaliar as oportunidades da situação, mesmo que em um cenário instável”, elenca.

Quando se tem restrições de mercado a redução de custos é uma necessidade, mas Wolfram destaca que é preciso manter o desenvolvimento das pessoas e dos processos. “É muito comum em momentos de crise que as empresas comecem os cortes pela folha de pagamento, esse é provavelmente o maior erro das organizações. Trocar mão de obra especializada por mão de obra barata compromete todo o desenvolvimento da empresa e pode prejudicar os resultados. É importante manter as pessoas e processos para o bom funcionamento da empresa, afim de garantir a entrega de produtos e serviços com qualidade e não perder espaço no mercado”, finaliza.

O papel do contador nos momentos de incerteza

Para a contadora e gerente de Franchising da Studio Fiscal Planejamento Tributário, Cristiane Monteiro,  o contador é um parceiro importante num momento em que uma crise econômica se anuncia. Ela diz que o planejamento tributário adequado acaba se tornando um diferencial competitivo para as empresas e que é fundamental que o contador esteja atualizado para fazer um planejamento que permita à empresa economizar no pagamento dos tributos, mantendo-se na legalidade.

Segundo ela, engana-se quem pensa que o planejamento tributário só pode ou deve ser feito por grandes corporações. “Desde as grandes empresas  até aquelas que aderem ao Simples podem se beneficiar com um estudo de adequação tributária.”

Cristiane lembra que, 33% do PIB brasileiro resulta da arrecadação de imposto e que  diariamente acontecem 37 alterações na legislação tributária do país nas esferas municipal, estadual e federal. “Tamanha intensidade e velocidade, segundo ela, exige dos contadores uma atualização constante para orientar corretamento seus clientes sobre os impostos a serem pagos.”

Ela ainda defende a adequação tributária como uma forma de as empresas reduzirem custos e serem mais competitivas num mercado cada dia mais exigente. “Nos momentos de incerteza, a gestão tributária é estratégica ajudando a minimizar os impactos,  elevando a empresa a um outro patamar e podendo influenciar no preço do produto final.”

A contadora lembra ainda que a gestão tributária é uma questão cultural e que o percentual de empresas que adotam este tipo de planejamento é pequeno no Brasil, envolvendo até prejuízos com o descaso ou o desconhecimento desta possibilidade  “Muitas empresas que buscam financiamento para quitar impostos, por exemplo, não precisariam recorrer a empréstimos em tempos de juros altos se fizessem a lição de casa”, adverte.

fonte: http://contabilidadenatv.blogspot.com.br/2014/11/em-tempos-de-economia-instavel-o.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Previdência privada vgbl e pgbl

Para saber se a previdência privada vale a pena, você precisa entender como funciona um fundo de previdência primeiro. Esse é um investim...